terça-feira, 23 de abril de 2019

Zagalote_Biografia

Zagalote, nome artístico de Délcio Manuel Notiço, nascido na Cidade de Maputo a 1 de Novembro de 1987, é rapper moçambicano, viveu a sua infância e parte da adolescência no Bairro do Alto-Maé “A”, tendo mudado de residência aos 17 anos para o Bairro T3, onde desenvolveu a sua habilidade liricista, e finalmente fixando-se no Bairro de Mathlemele. A sua paixão pela arte, foi de tal forma avassaladora que teve que dividir parte do seu tempo com a faculdade, tendo-se Licenciado em Engenharia Agronómica em 2011, pela UEM (Universidade Eduardo Mondlane) e mais tarde em Gestão Bancária (Pós-Graduação) em 2016, pelo ENAM (Escola de Negócios e Administração de Moçambique) mas, as suas ambições académicas não terminam por ai pois, acredita que a academia alarga o horizonte de criatividade.
Começou a participar activamente no movimento hip hop em Moçambique no ano de 2004, não muito envolvente na altura, num grupo da época de nome Mad Guns, tendo abandonado em 2006 e integrado o grupo Kappacetes Azuis a convite de Baba-X.
As suas influências musicais vão desde o Hip-Hop Português (Sam the Kid, Black Company, Canal 115, Dealema, Mind the Gap e mais), Hip-Hop moçambicano (Gpro, Nevinga Label, Psyco Click, Dinastia Bantu, Young-Lu-bengula, Exemplo, Squad Boss e mais) e Hip-Hop norte-americano (Little Brother, Common Sense, Talib Kweli, Slum Village e mais). Desde cedo procurou investigar as letras de Hip-Hop procurando perceber-las na sua essência.
Em 2007 participa da compilação “Vozes d´Alma” da extinta Solo Records, que não chegou a sua conclusão, devido a perda física de um dos participantes do elenco, acarinhado como Craft aka Anjo Azul. Anjo Azul porque foi o motivo da criação do colectivo Kappacetes Azuis, onde após a sua morte, o mentor do grupo, “Baba-X” decidiu eternizar a união dos MC´s, Zagalote, Kalashnikov, Puzzle, Reflexo, Flame, Myth Poor, Gyto MC, DT, Rosy, John Bendeca, Kaze e formando o  grupo, com mais de 10 anos de existência que perdura até hoje no contexto Hip Hop local.
Nessa altura, o recém-formado grupo Kappacetes Azuis decide gravar uma colectânea de músicas que foram lançadas gratuitamente para divulgar o nome do agrupamento, tendo sido apelidada por “Bloco”. Zagalote Participou no Bloco I com o título, Eternamente Craft, lançado na internet em 2007; participou igualmente no Bloco II intitulado Revolucione-a-mente lançado em 2009. Em 2014 destaca-se no Bloco III – A peça Chave - CD duplo. E finalmente participa no Bloco IV – A Caixa Postal, lançado em 2018 em comemoração dos 10 anos do grupo, com 3 vídeos promocionais e lançados na Televisões e outras plataformas digitais, sob chancela da LETELA PRODUÇÕES, e iniciado assim os primeiros passos rumo ao lançamento do seu primeiro álbum a solo. De salientar que a LETELA PRODUÇÕES é a Label que gere, congrega e suporta os trabalhos do grupo “Kappacetes Azuis” e seus membros e do rapper Shackal “O Mineiro MC”.
Na sua carreira a solo, destacam-se músicas como Geração Biz lançada em 2012, Somos todos iguais em 2015, músicas essencialmente de cariz social, onde o rapper convida a juventude e sociedade moçambicana no geral a uma reflexão profunda sobre os valores e  comportamentos que vão se degradando dia após dia.
Em paralelo com estes projectos, Zagalote desenvolveu e participou dos Projectos 889 (a ser lançado brevemente) e Tinga why Project (já lançado em formato digital). No último projecto “TWP”, lançado em 2018, juntou-se aos rappers Reflexo Low Price e Flame The Cizer com o propósito de exaltar o Bairro T3, onde os 3 passaram boa parte de suas vidas e tem acentes as suas raízes..
O álbum MusicArte, a ser lançado no dia 27 de Abril de 2019, é o culminar de uma carreira de 15 anos, que conheceu altos e baixos , paragens desencorajadoras, por vezes falta de inspiração, dificuldades na criação de novos temas não antes abordados mas, o resultado final espelha o amor, esforço e a permanente busca da perfeição na sua elaboração assim como, o compromisso para com os admiradores do seu trabalho. Nos seus 18 temas os seguidores da carreira do Zagalote, e não só, poderão encontrar as músicas que marcaram a sua jornada bem como temas novos e estilos totalmente diferentes, como Vou Triunfar, Filha do Capitão e a música com o vídeo promocional do álbum, Cartel Marinela.
Como sua peculiar característica, poderão encontrar no álbum, músicas de intervenção social, gospel, storytelling e poesias de combate.
O álbum conta com a participação de artistas renomados da arena musical, como: Pappilon (Rapper de Portugal), Muzila (Saxofonista), Azagaia (Rapper), Sick Brain (Rapper), Shackal (Rapper), Elfas on the Mic (Rapper), Vekina, Helena Rosa, Nervous e Negro (Poeta) - cada um com o seu toque (…) fazem do MusicArte um álbum de Hip-Hop rico em liricismo.


Nas palavras do rapper Zagalote, o Hip-Hop fez dele um analista-crítico, um activista social, um contador de histórias, um poeta medieval, tudo desperta atenção, uma lágrima, um sorriso, um olhar, busca sentimento em cada atitude. Procura a face da verdade, num abraço, num aperto de mão, num beijo, sendo também cauteloso em relação ao mundo ao seu redor e em quem confia, mantendo o olho aberto e vigiando sempre seus passos.

6 comentários:

H. Afonso disse...

Top, belo texto aguardando anciosamente o álbum. Força mano

Unknown disse...

Orgulhosamente moçambicano zagalote muita força o caminho é pra frente ate no dia 27.

Unknown disse...

zagalote bom dia peço qui m actualize sempre que lançares musicas,

Unknown disse...

Força Zagalote #K7Azuis, a luta continua.

jama das mantas disse...

Pensei que o Walter Nascimento seria nomeado na lista dos artistas que tiveram participação no álbum, mas OK

Unknown disse...

Kappacetes azuis, voçes vem revolucionado mentes, e a minha foi uma delas.
Por vezes me pergunto, como tantas pessoas com este tipo de pensamento encontram-se, digo isso porque onde me encontro, a pessoa que não ignora as coisas, a pessoa que cansou de ser falso, individualista, egoista, a pessoa que questiona os dogmas da nossa sociedade é visto como louco, e as pessoas que não querem ser excluídos da nossa sociedade, acabam se submentendo.
Eu não, eu cansei disso.
Gostaria de ter um conversa mais profunda com os kappacetes, vocês são o grupo selecto que me mesmo sem termos conversado já sinto que me compreendem, e me dói muito saber que apesar de fazerem muito por esta sociedade, são pouco reconhecidos. O que vocês fazem é arte, isso toca a alma.
Dou este comentário na biografia do Zagalote, porque foi o primeiro membro do grupo com o qual mais me identifiquei, mas hoje todos os kappacetes me inspiram. Desejo muita força a vós, que nunca parem de trabalhar, a sociedade precisa de ser acordada.✊

Eu só gostaria de saber quando é que os kappacetes irão começar a recrutar.